* 6 cervejas me fizeram levitar, foi o primeiro milagre comprovado de 2011.
* Mães histéricas gritam da areia para seus filhotes, alguns maiores do que eu saírem da água, todas as ameaças são validas até a manjada: “Sai daí senão te mato”, continuo levitando.
* Um sujeito altamente alcoolizado passa de guarda-sol em guarda-sol desejando um feliz 2011, dou a mão e faço sinal de positivo para ele, definitivamente ele vive num lugar sem dor.
* Minha filha de seis anos me pergunta se eu acho que já não está bom de cerveja e me oferece uma coca-cola, menininha ingênua, ela com o veneno dela e eu com o meu.
* Finalmente a chuva acaba com o circo dos horrores e expulsa todo mundo da praia, ganhei uma cerveja de brinde por ter batido cartão todos os dias desde o dia 30. Como tem gente que quer meu bem neste mundo, sou mesmo um ingrato.
* No hotel ligo a TV e veja a Dilma, como está bonita, agüento bem o discurso dela que alguns analistas tacharam de chato, eu gostei, e olha que nem votei nela, só me debulhei em lágrimas quando o Sarney, o dono da capitania hereditária do Maranhão, desandou a falar sobre democracia e de como a democracia é boa para os negócios e etc. e tal, como se na ditadura ele não tivesse ganhado dinheiro.
* No final da noite só duas entidades estavam ligadas na praia: O Pastel do Chinês e um cybercafé para intelectual, corri para o China, mas peguei fechado, sobrou o outro onde você pode ler o Leite Derramado do cabeça de jabuti Chico Buarque e ainda comer esfiha que vem num prato de isopor com o fundo coberto de cenoura e beterraba ralada, deus que me livre.
* Fui dormir, mal imaginando o que me esperava no segundo dia do ano (a baixada embaixo da água).
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